Sociedade Brasileira de Mastologia alerta para os riscos dos implantes hormonais manipulados

implantes hormonais manipulados

A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), junto com 34 entidades médicas, reforça um alerta importante: o uso indiscriminado de implantes hormonais manipulados, conhecidos como “chips da beleza”, pode trazer riscos graves à saúde das mulheres.

Esses dispositivos, amplamente divulgados nas redes sociais, prometem benefícios como emagrecimento, aumento de massa muscular e melhora do humor, mas não possuem comprovação científica de eficácia e segurança.

O que são os implantes hormonais?

Os implantes hormonais são pequenos dispositivos subcutâneos que liberam hormônios lentamente no organismo. Quando regulamentados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), podem ser utilizados para tratamentos específicos, como controle da natalidade ou hipogonadismo. No entanto, o uso para fins estéticos ou de desempenho esportivo é proibido, conforme normas do Conselho Federal de Medicina (CFM).

De acordo com a mastologista Rosemar Rahal, membro da SBM, “o uso desses implantes sem testagem adequada pode aumentar o risco de doenças, incluindo o câncer de mama, uma condição hormônio-dependente que tem crescido significativamente no Brasil”.

Impactos na saúde e preocupações com o câncer de mama

A SBM aponta uma preocupação especial com o câncer de mama, que é influenciado pelo desequilíbrio hormonal. Em 2024, o Brasil alcançou 73.610 diagnósticos da doença, um aumento expressivo em comparação a anos anteriores. “O câncer de mama é alimentado por hormônios, o que torna o uso desses implantes sem controle ainda mais preocupante”, destaca Rahal.

Dados do SUS indicam que mulheres entre 40 e 50 anos representam hoje 30% dos casos de câncer de mama no Brasil. Além disso, o diagnóstico tardio em mulheres de 40 a 49 anos atinge quase 40% dos casos, reforçando a necessidade de revisão nas políticas de rastreamento da doença.

Resolução da Anvisa e medidas de segurança

A Anvisa, em recente resolução, reforçou a proibição do uso de implantes hormonais para fins estéticos e estabeleceu medidas rigorosas para o controle desses dispositivos. Entre as normas, destacam-se:

  • Exigência do CID (Código Internacional de Doença) para rastrear prescrições médicas.
  • Preenchimento de um Termo de Responsabilidade em três vias, assinado pelo médico, paciente e farmácia.
  • Uso exclusivo de insumos farmacêuticos ativos aprovados pela Anvisa.
  • Notificação compulsória de eventos adversos, como forma de monitoramento contínuo.

A necessidade de conscientização

A SBM destaca que o uso indiscriminado desses implantes, amplamente promovidos nas redes sociais, tem atraído principalmente mulheres mais jovens. “É fundamental que as pessoas entendam os riscos desses tratamentos sem evidências científicas, que podem comprometer gravemente a saúde”, alerta a especialista.

Rosemar Rahal também ressalta a importância de envolver associações médicas em discussões sobre regulamentação e políticas de saúde no Brasil. “Nosso papel é salvar vidas e evitar que tratamentos sem comprovação causem problemas graves para as mulheres”, conclui.

Atenção!

O uso de implantes hormonais manipulados para fins estéticos deve ser abordado com cautela. Sem evidências científicas e com riscos comprovados, esses dispositivos representam uma ameaça à saúde das mulheres. A SBM reforça a necessidade de conscientização e controle rigoroso para garantir segurança e evitar consequências graves. Se você tem dúvidas ou pensa em utilizar esse tipo de tratamento, consulte um profissional qualificado e busque informações com base científica.

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