Endometriose pode ser causa de infertilidade em muitas mulheres
A endometriose é uma condição que afeta uma parcela significativa das mulheres, especialmente aquelas que enfrentam dificuldades para engravidar. De acordo com o Ministério da Saúde, até 40% das mulheres diagnosticadas com infertilidade têm endometriose.
Essa condição pode gerar sintomas em várias áreas do corpo, incluindo os sistemas urinário e gastrointestinal, além de causar dores lombares que irradiam para as pernas. Esse quadro muitas vezes faz com que as pacientes busquem ajuda em especialidades médicas diversas, sem considerar a ginecologia como uma possibilidade inicial.
A médica Ana Luisa Alencar De Nicola, consultora da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), alerta para a importância da correlação entre sintomas e a endometriose, explicando que até metade das adolescentes com dismenorreia severa (cólica menstrual intensa) podem ser portadoras da condição.
Diagnóstico precoce pode evitar complicações graves
A avaliação clínica, combinada com o exame de toque vaginal, pode detectar até 80% dos casos de endometriose. Contudo, Ana Luisa destaca que muitas mulheres não reconhecem os sintomas como algo anormal, o que atrasa o diagnóstico. “Existe uma banalização da cólica menstrual mundialmente. Esse é um dos principais fatores que contribuem para o diagnóstico tardio da doença”, afirma.
Além disso, até 10% das portadoras da condição podem ser assintomáticas, o que reforça a necessidade de exames de imagem como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética. Essas ferramentas são cruciais para identificar diferentes formas da doença, como a endometriose ovariana e a profunda.
Complicações da endometriose podem ser severas
Ana Luisa também ressalta que as complicações mais graves da endometriose são raras, mas incluem obstruções intestinais e estreitamento dos ureteres, comprometendo a função renal. “Uma condição ainda mais silenciosa é a sensibilização do cérebro à dor, que pode se tornar crônica mesmo após o tratamento”, explica a médica.
Portanto, a consulta regular ao ginecologista e o relato detalhado dos sintomas são essenciais para um diagnóstico precoce e um tratamento adequado, evitando complicações a longo prazo.
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