Quando o assunto é saúde íntima, todo cuidado é pouco. Manter hábitos saudáveis com a nossa vagina pode evitar a contaminação de inúmeras doenças. Uma delas é a vaginose bacteriana, que acomete cerca de 2 milhões de brasileiras por ano. Para falar sobre o tema o Mulher Conectada conversou com a ginecologista e obstetra Ana Paula Mondragon.
Ela explica que a vaginose bacteriana é uma infecção da vagina causada por bactérias. “Ela é a mais frequente causa do corrimento genital. Chega a ser responsável por 40 a 50% dos casos. Contudo, cerca de metade das mulheres que contraem a patologia não apresentam sintomas”.
A ginecologista explica que dentro da vagina existem algumas bactérias, a chamada flora vaginal. “Algumas delas são boas e outras não. Porém elas coabitam em equilíbrio. A doença surge quando a mulher tem esse ‘balanço’ alterado e as bactérias boas predominam sobre as ruins. Isso altera a flora vaginal e gera o problema”.
Ela frisa que a vaginose bacteriana não é uma DST (Doença Sexualmente Transmissível). “A principal bactéria dessa ploriferação é a Gardnerella Vaginalis”.

Os sinais que a vaginose bacteriana traz
Ana Paula adiciona o corrimento vaginal é o principal sintoma dessa doença. “Ele pode ser branco, acinzentado ou amarelado. É ainda fétido, com cheiro similar ao odor de peixe. O odor se acentua após o coito ou menstruação. Ademais a patologia não está relacionada a quadros de irritação, ardência ou coceira”.
Em mulheres grávidas, o problema pode ser perigoso. “Pode levar à ruptura prematura de membranas amnióticas ou infecção delas. Pode ainda levar a mulher a um parto prematura, bem como baixo peso do recém-nascido, infecção do útero, entre outros problemas”.
Tratamentos e hábitos a se criar
A especialista explica que o tratamento da vaginose bacteriana pode variar. “Ele consiste em opções tópicas e orais, de antibióticos. A escolha será feita de acordo com a necessidade de cada paciente e deve ser prescrita por um especialista”.
Hábitos saudáveis, bem como de higiene íntima podem ajudar a evitar o problema. “A prática de atividade física e alimentação balanceada é importante. Além disso, a mulher deve evitar fazer duchas vaginais e realizar exames ginecológicos, como o papanicolau”.
Por fim, o uso do preservativo em todas as relações é indispensável. “Assim como restringir o número de parceiros, pois mesmo não sendo uma DST, pode ser transmitida pelo contato íntimo. Inclusive mulheres virgens podem contrair a doença”, conclui.