Caracterizado como um problema hormonal, a Síndrome do Ovário Policístico (SOP) afeta 7% das mulheres em idade reprodutiva. Os dados são do Serviço de Endocrinologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Quando não tratado corretamente, o problema pode se agravar e comprometer, até mesmo, a fertilidade da mulher.
O ginecologista e diretor clínico da Clínica Matriz, Marcos Moura, explica que a síndrome diz respeito a um conjunto de sinais e sintomas que caracterizam uma alteração endócrina. O especialista adiciona que os sintomas mais frequentes são a irregularidade menstrual e o hiper androginismo. “A mulher apresenta a pele mais oleosa e, eventualmente, a imagem de ultrassom mostrando aqueles múltiplos cistos nos ovários”.
Ele reforça que é importante salientar que apenas a presença ultrassonográfica de imagem de políticas não caracteriza a síndrome. “Cerca de 20% das mulheres normais, férteis, também apresentam imagem ultrassonográfica de policistos. Também é importante frisar que, como uma mulher que tem síndrome de ovários policísticos, na maioria das vezes não ovula, tem ciclos irregulares”.
Diagnóstico
Segundo Moura, o diagnóstico é clínico, contudo, eventualmente, serão necessários exames de ultrassom e exames de laboratório para atestar que os níveis de hormônios masculinos estão elevados. “Pode também haver concomitante alterações na secreção de insulina, com níveis de insulina mais elevados, mas o diagnóstico basicamente é clínico baseado na irregularidade menstrual, sinais de hiper androginismo e, eventualmente, ultrassom, esses são os exames mais frequentes”.
Tratando a Síndrome do Ovário Policístico
A ginecologista do Grupo Oncoclínicas, Márcia Carneiro, explica que o tratamento da SOP envolve uma mudança de estilo de vida. “Com redução do peso em casos de obesidade e uso de contraceptivos orais combinados (ACO). Os anticoncepcionais são importantes para corrigir a irregularidade menstrual e ajudam a tratar os sintomas hormonais (acne e excesso de pêlos). É importante salientar que os ACO não tratam a doença, apenas corrigem alguns sintomas que ela traz”.
O tratamento visa a resolução dos sintomas que a paciente apresenta. “Em geral, medidas de mudança de estilo de vida com dieta e atividade física associadas ao uso de ACO são utilizadas. Eventualmente pode haver necessidade de associar a metformina para o tratamento de alterações metabólicas. Em casos de infertilidade, o tratamento dependerá da avaliação do casal e indutores de ovulação podem ser prescritos”.
Moura explica que é de extrema importância que a mulher busque tratar a SOP. “A longo prazo as consequências da Síndrome do Ovários Policístico não tratada, podem ser expressivas. A presença de níveis estrogênicos aumentados, apenas níveis estrogênicos aumentados, podem levar, no futuro, a alterações que são chamadas de plurimetabólicas, como alterações cardiovasculares. Portanto é importante que a mulher suspeita de síndrome ovário policístico, procure ajuda médica o mais rápido possível, mesmo que não deseje engravidar”.