2,5% das brasileiras sofrem com a síndrome da feiura imaginária

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Quem nunca criticou a própria aparência por defeitinhos que incomodam? No Brasil, para 2,5% das mulheres encontrar esses “erros” vai muito além, se transformando em uma preocupação que causa um grande sofrimento. Esse quadro é conhecido como dismorfia corporal ou síndrome da feiura imaginária. O problema é mais comum entre os 18 e 30 anos, mas sua prevalência pode se manter em alta até os 60.

A psicóloga clínica do Hospital Adventista Silvestre Itaboraí, Deise Iara dos Santos, explica que a dismorfia é um defeito imaginado, ou seja, uma ligeira anomalia física que se faz presente na vida de homens e mulheres. “Ela tem início normalmente na adolescência, sendo muitas vezes mantida em segredo, levando os mesmos a uma preocupação exacerbada com a aparência”.

Ela adiciona que esse incômodo pode causar um sofrimento significativo no funcionamento social, ocupacional e em outras áreas importantes da vida do indivíduo. “A imagem corporal é a representação que uma pessoa faz do seu corpo em sua mente e a maneira como ela percebe sua forma física, incluindo as sensações táteis, musculares, a percepção de um esquema corporal, sua postura, sua representação física, emocional e mental”.

Deise adiciona que esse transtorno pode até mesmo atrapalhar a vida dos pacientes. “Em casos graves, eles se tornam incapazes de sair de casa, por medo de se mostrar e serem observadas por outras pessoas. Alguns nem mesmo admitem a possibilidade de contemplar suas imagens em espelhos”.

Caracterizado como um transtorno mental, ela explica que muitos pacientes relutam em buscar auxílio. A maioria deles vão até um dermatologista ou mesmo cirurgiões plásticos. A causa do problema é desconhecida. “Há um alto índice de comorbidade com transtornos depressivos, podendo também estar ligado a ocorrência familiar de transtorno do humor e transtorno obsessivo compulsivo”.

Sintomas da Síndrome da Feiura Imaginária

A síndrome da feiura imaginária traz sintomas. “O âmago do transtorno é a crença potencializada ou medo do indivíduo de que ele não seja atraente, se considerando até mesmo repulsivo. Este receio é raramente atenuado pelo reassegurar ou por elogios, ainda que o paciente típico tenha aparência normal”, detalha. “Para eles há uma necessidade de mudar por completo a aparência, com cirurgias plásticas, e outros tratamentos que possam deixá-los com uma aparência atrativa. Ademais, para muitos os defeitos concentram-se nos cabelos, na pele, no nariz, nos lábios, na barriga, nas orelhas, nas bochechas, na testa, nas partes genitais, no queixo, pernas e etc”.

Em conclusão, a síndrome da feiura imaginária tem tratamento. Ele geralmente envolve processos no corpo e na mente, “Procedimentos cirúrgicos, dermatológicos, dentários ou outras intervenções médicas para resolver os defeitos alegados, sendo que é quase invariavelmente mal sucedidos. Mas, para haver sucesso no tratamento, é preciso uma psicoterapia, principalmente a Terapia Cognitivo Comportamental, para que o paciente tenha a oportunidade de compreender a verdadeira natureza destes sentimentos, libertando-se dos mesmos e chegando ao equilíbrio”.

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